THIAGO COSTA FARIA: "¿QUIÉNES SON LOS 'TESTIGOS' DE LA VERDAD DE NUESTRO TIEMPO?"
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PUC-RIO – Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Brasil. Mestre e doutorando.


I.

         Em Setembro deste ano o senado francês aprovou a lei que proíbe o uso da burca e do niqab, véus usados por algumas mulheres muçulmanas que cobrem total ou parcialmente o seu rosto. Naquele mesmo mês, mais precisamente no dia onze, completavam nove anos em que as Torres Gêmeas do World Trade Center foram atacadas por um grupo extremista islâmico, naquele que foi talvez o maior atentado terrorista da história. Para “celebrar” a data, um pastor protestante norte-americano prometeu queimar duzentas cópias do Corão, livro sagrado do Islã, estabelecendo dessa maneira o que ele batizou de “Dia Internacional para a Queima do Corão”. Felizmente, foi dissuadido a tempo dessa ideia.

         Em todos estes recentes casos vemos uma tensão – e mesmo um confronto aberto – entre as crenças de um indivíduo e os valores de uma comunidade. Nem sempre aquilo em que um indivíduo acredita encontra respaldo social. Sem apoio nem reconhecimento da sociedade em que vive, este indivíduo acaba sendo ignorado, marginalizado ou punido.

 

II.

Kierkegaard é um autor que, apesar de as suas ideias serem cada vez mais difundidas e encontrarem cada vez mais entusiastas (e essas “Jornadas” dão testemunho disso), até hoje e sob muitos aspectos ainda é considerado um autor marginal. Marginal porque situado na fronteira entre filosofia e literatura, literatura e psicologia, psicologia e teologia, teologia e filosofia – e as fronteiras aqui são menos rígidas do que poderíamos supor. Marginal também porque ainda são poucos os departamentos de filosofia que se dispõem a acolher o seu pensamento e poucos ainda os pensadores que lhe dedicam tempo, trabalho e atenção. Mas Kierkegaard é, além disso tudo, marginal num sentido muito mais, por assim dizer, originário: assumindo de maneira radical a sua singularidade, enfrentou a sociedade dinamarquesa da sua época e, por isso, foi posto à margem.

Kierkegaard denunciou com dureza a farsa que era o cristianismo oficial da sua Dinamarca. Apesar de afirmar que ele mesmo não era um cristão (no sentido pleno e ideal do termo), esforçou-se para provar que os outros eram ainda menos do que ele. E assim, por tentar ser um cristão entre “cristãos”, foi excluído do convívio dos seus e injuriado por aqueles que deveriam ser os seus “irmãos” (basta lembrar, a título de exemplo, as famosas caricaturas que o jornal O Corsário publicou de Kierkegaard em 1846 a fim de ridicularizá-lo publicamente). Kierkegaard não é apenas um autor marginal, mas antes de tudo foi um cidadão marginalizado.

 

III.

         É desde as margens que Kierkegaard lança os seus apelos, denuncia, polemiza. A crítica de Kierkegaard se dirige à cristandade, isto é, à união entre o Estado e a Igreja dinamarqueses que, segundo o autor, não passava de uma forma de paganismo disfarçado que deturpava a verdadeira mensagem de Cristo. Num país onde todos, por força de lei, nasciam já cristãos, o cristianismo não podia ser levado a sério. Diante deste mal entendido e desta confusão, Kierkegaard se viu forçado a lembrar os seus conterrâneos – mesmo às custas de ser incompreendido e perseguido – de que se tornar cristão era fruto de uma decisão pessoal, e jamais de uma política pública. A verdade cristã é avessa à indiferença e à multidão, e só pode ser bem recebida na singularidade apaixonada de um indivíduo. A fé é um assunto privado, e não público; pessoal, e não impessoal; passional, e não apático.

         Kierkegaard se opunha à cristandade, não por desprezo ou ódio, mas por amor: queria que as pessoas se dessem conta do erro que estavam cometendo para que então, finalmente, pudessem construir uma relação autêntica com a sua própria fé. Kierkegaard estava ao lado da verdade e contra a mentira. Mas estar contra a mentira é estar exatamente contra a multidão. E assim, enquanto todos se enganavam a si mesmos e perjuravam solenemente perante Deus, Kierkegaard era um dos poucos que testemunhava a favor da verdade. Porém, ainda assim, poderíamos afirmar que Kierkegaard era uma testemunha da verdade? Melhor dito: quais são as características de uma testemunha da verdade? Como aprendemos a reconhecê-la?

 

IV.

         Uma testemunha da verdade é antes de tudo um indivíduo. A categoria do indivíduo ocupa um lugar central na produção filosófica de Kierkegaard, seja como tema de reflexão – e sob este aspecto o termo “categoria” se justifica completamente – seja como destinatária da sua mensagem – condição a partir da qual a “categoria” e a especulação dão lugar ao indivíduo real, de carne e osso e, por que não dizer, específico.

         Específico porque único, na medida em que, como indivíduo, “está só, absolutamente só no mundo inteiro, só perante Deus”.[1] A rigor, o indivíduo não é ninguém especial; não é um gênio nem um herói nem ninguém importante às vistas do público. Não possui nenhuma aura distintiva nem muito menos um distintivo de autoridade. É uma pessoa absolutamente normal.[2] Ele pode ser qualquer um e, de fato, cada pessoa deve buscar a sua realização como indivíduo. É verdade que o indivíduo pode ser qualquer um, no sentido de que talvez esteja aqui do meu lado, seja o meu próximo e eu nem me dê conta disso, afinal todos têm a possibilidade de se tornarem indivíduos. Contudo, num outro sentido, o indivíduo nunca é um qualquer, um ser indeterminado cuja única especificidade seria pertencer à espécie humana.

         Em Temor e Tremor, o heterônimo Johannes de Silentio dirá que o indivíduo está acima do geral, numa relação absoluta com Deus. Uma vez que esta relação não é mediada por nenhuma instância pública ou coletiva, temos aquilo que Johannes chama de paradoxo: que o indivíduo, elevando-se acima do geral, valha mais que o próprio geral. Em outras palavras, a possibilidade da ofensa reside no fato de que o singular, o indivíduo isolado, supere aquilo que lhe é superior e que, por definição, deveria abarcá-lo. A esta ofensa nem a razão – que trata do universal e despreza o singular – nem as sociedades democraticamente constituídas são capazes de tolerar.

 

V.

Toda a obra de Kierkegaard – e os seus heterônimos fazem parte da sua produção estética – se dirigiu única e exclusivamente ao indivíduo, a este indivíduo isolado e paradoxal, cuja existência é um escândalo e uma ofensa e que, no entanto, exteriormente falando, não passa de um indivíduo como qualquer outro. Kierkegaard o buscava ali onde ele se encontrasse a fim de despertá-lo para a sua própria condição. Desse modo, ao indivíduo lhe era dada a oportunidade de tomar consciência de si mesmo, de se enxergar na sua constituição mais íntima, de assumir de uma vez por todas a sua singularidade; o indivíduo era convidado, por meio de todas as manobras possíveis, a parar de se esconder de si mesmo. E o seu esconderijo preferido sempre foi a multidão, na qual podia ocupar a confortável posição de ser mais um mero elemento de um conjunto ou uma associação qualquer.

Ao tomar consciência de si mesmo, o indivíduo também descobre que “por toda a parte que se encontre a multidão, também lá se encontra a mentira”.[3] Não só encontrava a mentira, mas também a irresponsabilidade.[4] Então, se a multidão é a mentira e a irresponsabilidade, o indivíduo deve ser, por contraste, a verdade e a responsabilidade.

O indivíduo responsável é aquele que se torna atento a uma dupla tarefa: esforçar-se por ser aquilo que ele deve ser e que, não obstante, ele sempre foi: um indivíduo; e, por outro lado, relacionar-se com os outros não de uma maneira impessoal (como quem grita à multidão), mas voltando-se sempre a existências singulares (como quem sussurra ao ouvido). Agindo dessa forma, o indivíduo estará agindo conforme a verdade.

        

VI.

Segundo Kierkegaard, esta relação que o indivíduo deve travar com o outro é uma tarefa ética.[5] “O meu possível papel em ética relaciona-se incondicionalmente”, diz o nosso autor, “com a categoria de «o Indivíduo»”.[6] E vai além: “Esta categoria e o uso que dela fiz de maneira tão pessoal e decisiva constituem, em ética, o ponto decisivo”.[7] O indivíduo é o ponto decisivo, e a tarefa ética que cabe ao indivíduo realizar é a de edificar o seu próximo.[8]

         A edificação consiste no exercício do amor. Exercitar-se no amor é atender e praticar a maior exortação de Cristo: “Ama o próximo como a ti mesmo”. O próximo ao qual o mandamento cristão se refere não é aquela pessoa que guarda alguma afinidade conosco ou pela qual possuímos algum apreço especial. O próximo é qualquer um, qualquer indivíduo,[9] pois a obrigação de amar se estende a todos os seres humanos, fazendo-os todos o nosso próximo, independentemente de qualquer diferença geográfica, econômica, religiosa, psicológica ou política. A categoria do próximo é aquela na qual devem convergir todas as divergências.

         O amor, tal como entendido no cristianismo e adotado por Kierkegaard, é portanto um dever. E a que se está obrigado? Em que consiste o nosso débito? Na prática do amor o indivíduo deve se comprometer com o outro, sentir-se responsável por ele, não ser cego às suas necessidades nem surdo aos seus apelos. Deve se pôr a serviço do outro. Mas pôr-se a serviço do outro é também – e sobretudo – provocá-lo, inquietá-lo, arrancá-lo da indiferença em relação a si próprio.[10] Porque assumir a sua condição de indivíduo singular é aquilo de que o próximo mais necessita, mas também do que mais foge: “e o maior de todos os benefícios consiste – diz Kierkegaard – em ajudar amorosamente alguém a tornar-se tal, tornar-se si mesmo, livre, independente, seu próprio, ajudá-lo a se manter de pé sozinho”.[11]

         Por amor o indivíduo edifica a sua relação com o outro e também por amor ajuda o seu próximo a edificar-se em direção à verdade. No entanto, este trabalho de edificação exige do seu agente não somente obediência ao mandamento, mas acima de tudo força para lutar contra a multidão. A transmissão da verdade só pode ocorrer exclusivamente entre indivíduos, jamais com qualquer auxílio ou interação com o geral. Assim, o indivíduo precisa resgatar os outros indivíduos um a um das fileiras do geral, enfrentando a sua resistência e incompreensão: a multidão é hospitaleira com quem se agrega a ela, mas extremamente hostil com quem a recusa. E porque incompreendido e hostilizado, o indivíduo sofre, de modo que Kierkegaard não deixa de ter razão quando afirma que “todo o homem que quer verdadeiramente servir a verdade é eo ipso mártir de uma ou de outra maneira”.[12]

        

VII.

         Mártir é aquele que se sacrifica por alguma causa – e todo sacrifício gera algum sofrimento naquele que se sacrifica. O indivíduo que se volta contra a multidão sofre e se sacrifica pela edificação do amor, sofre e se sacrifica pelo seu próximo, sofre e se sacrifica pela verdade.[13] No entanto, o seu sacrifício tem limites, porque uma testemunha da verdade jamais tem o direito de se deixar condenar à morte pela verdade.

         De acordo com Kierkegaard, a testemunha da verdade não é aquela pessoa que, cheia de boa-fé, simplesmente diz algo verdadeiro acerca de algum assunto, seja em matéria política, teológica ou filosófica – e em se tratando de tais campos, é tanto mais louvável quanto rara esta prática. “Não, quando se fala de «testemunha da verdade»,” sublinha o nosso autor, “é preciso compreender que a existência pessoal no plano ético é conforme ao que se diz e se exprime”.[14] Em outras palavras, uma testemunha da verdade reduplica aquilo que ele diz e aquilo no qual ele acredita – ou aquilo no qual ele diz acreditar – na própria vida: este indivíduo vive conforme a verdade.

         Viver conforme a verdade supõe que o indivíduo se decida íntima e radicalmente por assumir a sua singularidade, repudiando dessa forma a multidão como instância mediadora da verdade – ou como a própria verdade. O indivíduo repudia a multidão somente porque descobriu que a multidão é a mentira e que, portanto, ela não pode testemunhar qualquer verdade. É por isso que apenas o indivíduo pode chegar a ser uma testemunha de verdade, e é também por isso que apenas outros indivíduos são candidatos à edificação, nunca a aglomeração deles.

Só há responsabilidade fora da multidão, e só então se pode falar de uma tarefa ética. Todo comprometimento ético ocorre, sem dúvida, dentro de uma comunidade, mas daí não se segue que uma testemunha da verdade seja algum herói que conta com o apoio e a compreensão da multidão. Se a testemunha da verdade fosse aclamada pela multidão, então faria parte dela e deixaria de ser, neste exato momento, um indivíduo. Uma testemunha da verdade é, antes de tudo, um ser isolado, não por próprio capricho ou vaidade, mas porque insiste em dar à sua época aquilo de que ela necessita. O seu isolamento é, paradoxalmente, fruto de um amor a partir do qual ele deseja se aproximar e tornar-se responsável pela edificação do outros.

Viver conforme a verdade é viver conforme o amor, pois a verdade, além de exigir do indivíduo que ele se torne verdadeiramente um indivíduo, exige igualmente que ele ame o próximo. Mas atenção, porque o dever supremo é viver de acordo com a verdade, e não morrer por ela. Apesar de todos os sofrimentos que uma testemunha da verdade possa vir a passar, ela não tem o direito de se deixar condenar pela verdade, porque, segundo Kierkegaard, este direito só coube ao deus encarnado, uma vez que somente nele a morte é, ao mesmo tempo, condição para a remissão da culpa.

Qualquer outro que se dispusesse a morrer pela verdade ou seria um herói ou estaria numa profunda crise religiosa; em ambos os casos, deixaria de ser uma testemunha da verdade, porque como herói morreu para obter o reconhecimento da multidão e como um indivíduo em crise não conseguiu alcançar a tempo e com suficiente clareza que o amor não deve fazer dos outros homens culpados, mas sim livres.

 

VIII.

         Kierkegaard testemunhou a seu modo a verdade, e de todas as críticas possíveis que se possa fazer a ele, certamente não poderá constar a de que foi omisso à sua vocação. Ao denunciar a mentira da cristandade dinamarquesa da sua época, Kierkegaard se posicionou a favor da verdade.

         A mesma verdade que talvez, lá na França de hoje, esteja oculta sob o véu proibido das imigrantes muçulmanas – e caberia pensar se a verdade e o amor cristãos são tão ou mais violentos para a cultura árabe quanto o são para nós, ocidentais, as burcas e os niqabs –, mulheres que testemunham anônima, e agora também marginalmente, a sua fé na verdade. Naturalmente, refiro-me àquelas mulheres cuja consciência se encontra confortável naquelas vestes, e não as que são simplesmente obrigadas a se submeter ao código de vestimenta da sua comunidade ou às ordens de um marido autoritário.

No entanto, a partir do momento em que estas mulheres já não puderem distinguir o seu chamado da maneira como se apresentam publicamente, e se mesmo sob pena de serem multadas elas se decidirem a sair às ruas cobertas, então estas mulheres estarão promovendo, a seu modo, a conciliação da sua consciência com a sua vida e, sendo assim, poderá se dizer delas que são testemunhas da verdade – e uma testemunha da verdade de Maomé deverá ser levada tão a sério quanto uma testemunha da verdade de Cristo.

Porém, quando um homem se decide por explodir a si mesmo e as pessoas ao seu redor, quando trama e executa um atentado em nome da sua fé, quando troca os seus templos por células terroristas e transforma as suas orações em hinos de guerra, e quando, em contrapartida, outro homem quer fazer arder fogueiras em retaliação e ódio ao invés de promover a responsabilidade e a conciliação, não se pode sequer entrever aí qualquer parentesco com um testemunho autêntico da verdade. Nenhum homem tem o direito de se condenar ou condenar os outros à morte pela verdade; talvez a mentira e a intolerância lhe deem esse direito, mas jamais a verdade.

Cada época terá as suas próprias testemunhas e cada testemunha deverá se responsabilizar sozinha por aquilo que diz e faz. Cada época exigirá as suas próprias testemunhas e cada época se encarregará, ela mesma, de condená-los. Cada época se escandalizará com as suas testemunhas, porque o indivíduo representa sempre a possibilidade da mais grave ofensa. Cada época necessitará de testemunhas da verdade e “cada um de nós, tu e eu, deveríamos sê-lo”.[15]

 

Bibliografia:

KIERKEGAARD, S.A. Ponto de Vista Explicativo da Minha Obra como Escritor. Trad. João Gama. Lisboa: Edições 70, 1986.

 

_____. Diário de um sedutor; Temor e tremor; O desespero humano. São Paulo: Abril Cultural, 1979.

 

_____. As Obras do Amor. Algumas considerações cristãs em forma de discursos. Trad. Álvaro L.M. Valls. Petrópolis: Vozes, 2005.

 

 



[1] KIERKEGAARD 1986, p.113.

[2]Aproximo-me um pouco, vigio os mínimos movimentos tentando surpreender qualquer coisa de natureza diferente, um pequeno sinal telegráfico emanado do infinito, um olhar, uma expressão fisionômica, um gesto, um ar melancólico, um ligeiro sorriso que traísse o infinito na sua irredutibilidade finita. Mas nada! Examino o com minúcia da cabeça aos pés, procurando a fissura por onde se escape a luz do infinito. Nada! É um sólido bloco. A sua conduta? Firme, integramente dada ao finito. ... Nada denuncia essa natureza soberba e estranha onde se reconheceria um cavaleiro do infinito. Regozija-se por tudo e por tudo se interessa. De cada vez que intervém em alguma coisa, fá-lo com a perseverança característica do homem terrestre cujo espírito se ocupa de minúcias e seus cuidados. Ele está realmente naquilo que faz. ... Vive em despreocupação folgazã” (KIERKEGAARD 1979, p.130-131).

 

[3] KIERKEGAARD 1986, p.97.

[4] Cf. KIERKEGAARD 1986, p.98.

[5] Cf. KIERKEGAARD 1986, p.108; 113.

[6] KIERKEGAARD 1986, p.109.

[7] KIERKEGAARD 1986, p.110.

[8] KIERKEGAARD 1986, p.108.

[9]O outro homem, eis o próximo, ele é o outro homem no sentido de que o outro homem é qualquer outro homem” (KIERKEGAARD 2005, p.78).

 

[10]a relação entre ambos não é mais, portanto, uma relação de luta direta contra o outro, pois o amoroso luta do lado do inimigo para a vantagem dele, ele quer esvaziar a causa do desamoroso, levando-o à vitória. [...] Vê só, isso é o que podemos chamar de uma luta do amor, ou uma luta no amor!” (KIERKEGAARD 2005, p.375-376).

 

[11] KIERKEGAARD 2005, p.308.

[12] KIERKEGAARD 1986, p.100.

[13] “Ou atreves-te apenas a defender que «a Verdade» é de uma compreensão tão fácil como a mentira, que não exige nenhum prévio conhecimento, nenhum estudo, nenhuma disciplina, nenhuma abstinência, nenhuma renúncia a si, nenhuma honesta preocupação por si, nenhum trabalho lento!” (KIERKEGAARD 1986, p.101). “Mas, claro está, amar o próximo é renunciar a si” (ibid., p.102).

[14] KIERKEGAARD 1986, p.110.

[15] KIERKEGAARD 1986, p.100.

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